Em 2018, privacidade em xeque e mal uso de informações marcaram a indústria de tecnologia. — Foto: Alexandre Mauro/G1
O ano foi voraz para a tecnologia: menos por inovações técnicas e mais pelo impacto que ela passou a ter em nossas vidas.
Foi neste ano que muita gente entendeu que as gigantes da indústria sabem onde vamos, com quem falamos e o que fazemos. E justamente por essa capacidade que as principais empresas do mercado de tecnologia estiveram em xeque — fosse com vazamento de informações, escândalos de interferência em eleições ou tentando conter a disseminação de boatos em suas plataformas.
Em março, o ano de "inferno astral" da companhia começou. Investigações dos jornais “The New York Times” e “Guardian” apontaram que dados de mais de 50 milhões de usuários haviam sido usados pela empresa britânica Cambridge Analytica para fazer análise política e influenciar as eleições americanas de 2016. Com esses dados, a consultoria pôde direcionar conteúdo e influenciar a campanha presidencial.
Em abril, o Facebook afirmou que o número era maior — 87 milhões de usuários tiveram dados explorados pela Cambridge Analytica. Entre eles, quase 450 mil brasileiros.
Christopher Wylie, ex-diretor de pesquisa da Cambridge Analytica,
responsável por trazer o caso à tona, disse que o mesmo sistema de
coleta e uso de dados teve papel crucial para influeciar no Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.
Relembre como foi o escândalo envolvendo Cambridge Analytica e o Facebook. — Foto: Alexandre Mauro/G1
A Cambridge Analytica fechou as portas com perda de clientes diante do escândalo. Já o Facebook continua envolvido em casos de mal uso das informações dos usuários.
Neste mês, uma nova investigação mostrou que a empresa forneceu dados de usuários a gigantes de tecnologia, como Netflix, Microsoft, Amazon e Spotify.
Também em dezembro, o Facebook foi processado por um procurador de Washington pelo caso Cambridge Analytica e está sendo investigado pelo Departamento de Justiça e pela SEC, órgão que regula os mercados nos EUA.
O impacto também foi financeiro: foi a empresa que mais perdeu valor de mercado nos EUA no ano: US$ 129,8 bilhões até esta quinta (20).